Para os não familiarizados, o trial é uma das modalidades do motociclismo tecnicamente mais desafiadoras. Basicamente, os pilotos precisam ultrapassar diversos obstáculos e trechos acidentados sem colocar os pés no chão. Saltos, ficar numa roda só, e equilibrarem-se, parados, são parte do repertório de pilotagem. Por isso, a modalidade mescla esporte e espetáculo, o que atrai fãs e consequentemente a mídia.
Em 2017, a Federação Internacional de Motociclismo (FIM) criou o Mundial Trial para Motos Elétricas, batizado como Trial-E Cup. E um aspecto torna a modalidade propícia aos motores elétricos: torque. Como a pilotagem é feita em baixa velocidade, exigindo sobretudo aceleração, torque é a grandeza fundamental do trial.
O Trial-E Cup ainda tem ares experimentais. E até a chegada da Yamaha em 2018 a maioria dos fabricantes era “artesanal”. E a fabricante japonesa desenvolveu um modelo específico para o campeonato, a TY-E.
Entrar no Trial-E Cup implica desenvolver tecnologias que futuramente podem e provavelmente serão aplicadas em produtos de escala. Por sinal, no Salão de Tóquio 2019, junto com a exposição da TY-E, Yamaha apresentará scooters elétricos destinados ao mercado global. Somado a isso, bons resultados no Trial-E Cup tornam a TY-E uma embaixadora elétrica de primeira grandeza, de modo semelhante ao VW ID. R e outros elétricos que vêm ganhando destaque nas competições. Por sinal, na edição 2019, a TY-E terminou em segundo no campeonato pilotada por Kenichi Kuroyama.
Por sua dinâmica, o trial tem demandas bastante específicas. Uma extremamente importante, e já citada, o torque elevado. Idealmente disponível a baixas rotações. Características inerente dos motores elétricos. Porém, evoluídas na TY-E. A Yamaha destaca como pontos chaves bastante torque em baixas rotações mas com ampla faixa de aceleração.
Outro aspecto determinante para o desempenho no trial é leveza. E o motor com ímãs permanentes é bastante compacto. Para ilustrar, a TY-E pesa apenas 70 quilos. E embora trate-se de uma moto de competição, destinada a provas curtas, por tamanha leveza é necessário uma combinação entre densidade energética das baterias e eficiência energética dos motores. Algo que o software de gerenciamento eletrônico também contribui.