Certas motocicletas excedem a função transporte. Tornam-se plataformas para mentes criativas ousarem, arriscarem e materializarem novos conceitos por meio de mecanismos, linhas e formas. Com o advento da propulsão elétrica essas mentes ganharam liberdade para revolucionar as bases do que se entende como motocicleta.
Exibir tais motos é o espírito do Electric Revolutionaries, exposição aberta em 14 de abril, no Petersen Automotive Museum, em Los Angeles, Califórnia. A galeria é reduto tradicional para exposições de veículos emblemáticos.
A primeira edição do Electric Revolutionaries ocorreu em 2019, sob curadoria de Paul D Orléans. Artista, designer e aficionado por motocicletas, D Orléans segue como curador no Electric Revolutionaries 2022, e definiu a Zev.News o Electric Revolutionaries como uma “celebração às mentes inovadoras, que arriscaram suas carreiras no ainda incerto campo das motocicletas elétricas”.
D Orléans aprofunda a explicação sobre o Electric Revolutionaries de modo entusiástico: “Sou fascinado pela explosão de interesse pelas motos elétricas”. E complementa argumentando que a indústria motociclística é lenta em abraçar a propulsão elétrica por (ainda) não visualizar lucro em razão do enorme investimento. E contrapõe a resistência de fabricantes tradicionais à inovação dos modelos exibidos no Electric Revolutionaries:
“Os designers estão bastante empolgados em trabalhar com novos parâmetros: sem tanque, caixa de ar, motor (a combustão) ou sistema de escape. Repentinamente, o design de motocicletas tornou-se livre, e tudo tornou-se possível em termos de linhas e formas”.
Embora as principais fabricantes de motocicletas ainda não tenham embarcado definitivamente na propulsão elétrica, existe uma miríade de modelos, sobretudo pequenos, no mercado. O que traz a pergunta: quais os critérios de D Orléans para a seleção?
“Existem centenas de bicicletas e motos elétricas, mas poucas com design distinto. Estava interessado nos designers que são os melhores no que fazem, e destacados em suas categorias. Cada veículo no Electric Revolutionaries é o melhor em sua categoria, mesmo que a categoria ainda não esteja bem definida nesta nova indústria”, explica Paul D Orléans.
Confira a lista dos modelos e o por quê de suas escolhas:
Harley-Davidson é a única grande fabricante a entrar no segmento das motos elétricas com uma moto elétrica de grande porte, e a seleção celebra esta bravura na liderança do novo espaço.
Pact é baseada na Alta Redshift, é uma obra de arte afiada de produção limitada. Já Rontu é um micro-dragster construído para o museu Haas Motorcycle e Design Museum.
Madmods e Metacycle são motos elétricas de custo acessível e design atraente. Sondors coloca veículos elétricos de duas rodas nas mãos de “não-pilotos”, com belo design, facilidade de pilotagem e baixo custo de aquisição.
Moto Undone, Nomoto, e Another Sedan, concebidos pelo desenhista industrial Joey Ruiter, rompem as barreiras do “o que é uma moto?”
A Curtiss “The One” é um moto de edição limitada, feita à mão, como uma joia de design e características radicais.
Antes de ocupar a posição de CTO na Damon Motorcycles, Dorresteyn ocupou o mesmo posto na Alta Motors. A expertise desenvolvida na Alta Motors contribuiu no desenvolvimento da Damon Hyperfighter, moto elétrica de 200 cavalos de potência, velocidade máxima de 200 milhas por hora e autonomia de 200 milhas (321 km).
Criada pela (extinta) startup Alta Motors, a Redshift foi usada por Josh Hill no Red Bull Straight Rythm, é a primeira moto cross elétrica a vencer um modelo a combustão. Provou que os motores elétricos são superiores à combustão interna, mesmo quando a potência é idêntica.
As versões dragster e veículo de velocidade em terra tornam Eva a mulher mais rápida do planeta com um veículo elétrico: 400 km/h
O estudante de 17 anos, de Acra, Gana, construiu estas máquinas a partir de sucata e materiais encontrados no lixo. E espera proporcionar transporte de baixo custo para a África.
Baseada na Zero SR/F, a XP Zero é uma vencedora múltipla no quesito design, por conta das linhas suaves e futuristas.
A Mission One da Mission Motors é a primeira moto esportiva elétrica, desenhada em 2008.
Ytterborn (CEO e fundador da Cake) ultrapassa os limites rumo à sustentabilidade e à proteção à vida selvagem com excelente design e performance.
AP significa anti-poaching, ou combate à caça legal. A versão é utilizada por patrulheiros na África para impedir a caça de animais selvagens.